Wednesday, May 31, 2006

Ismália II

Lorelei in B&W by Martin Zurmuehle

Breeze by Martin Zurmuehle

Tuesday, May 30, 2006

Ismália

Other side of the Moon by Kirill Kochetkov

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...


Alphonsus de Guimaraens


Wednesday, May 24, 2006

O que me apetecia agora ...

S. Tomé by Hugo Delgado

:-)

Thursday, May 18, 2006

Madrugada

One in darkness by Elena Vasileva

Sinto-me só.
Sinto-me triste.
Vazio.
Mais triste e vazio que uma vida
triste e vazia.
Queria pelo menos um afago,
um toque,
mãos, braços,
mesmo que desconhecidos,
fingindo abraços.
Queria ao menos uma palavra,
mesmo que fosse vã,
balbuciada,
falsa.
Resta-me a madrugada.
Somente a inebriante escuridão da madrugada.
Faço dela minha companhia,
fuga do pobre poeta amargurado,
esconderijo de camufladas inspirações.

Rodrigo Carvalho

Tuesday, May 16, 2006

Elf Guardian ... by The Black Knight - Zeca

Olhar a energia/E falar/Sem medo/O segredo/Ao meu ritmo/Na grandeza/Da natureza/A única essência/Grito:
Quero esquecer
Que sou e sentir
Quem sou

Monday, May 15, 2006

Let me go! by André Boto


Quem dorme à noite comigo?
É meu segredo, é meu segredo!
Mas se insistirem, desdigo.
O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo!

E cedo, porque me embala
Num vaivém de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão.

Que farei quando, deitado,
Fitando o espaço vazio,
Grita no espaço fitado
Que está dormindo a meu lado,
Lázaro e frio?

Gritar? Quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim?
Gostava até de matar-me.
Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim.

Reinaldo Ferreira

Friday, May 12, 2006

Riverdance

The street by Sophie Thouvenin


Hear my cry
In my hungering search for you
Taste my breath on the wind
See the sky
As it mirrors my colours
Hints and whispers begin

I am living to nourish you, cherish you
I am pulsing the blood in your veins
Feel the magic and power of surrender
To life. Uisce Beatha.

Every finger is touching and searching
Until your secrets come out
In the dance, as it endlessly circles
I linger close to your mouth

I am living to nourish you, cherish you
I am pulsing the blood in your veins
Feel the magic and power of surrender
To life. Uisce Beatha

Lyrics by Bill Whelan


Tuesday, May 09, 2006



Andar?! Não me custa nada!...
Mas estes passos que dou
Vão alongando uma estrada
Que nem sequer começou.

Andar na noite?!Que importa?...
Não tenho medo da noite
Nem medo de me cansar:
Mas na estrada em que vou,
Passo sempre à mesma porta...
E começo a acreditar
No mau feitiço da estrada:
Que se ela não começou
Também não foi acabada!

Só sei que, neste destino,
Vou atrás do que não sei...
E já me sinto cansada
Dos passos que nunca dei.

Natália Correia

Thursday, May 04, 2006

Be still, my heart by Sweetcharade

Dizer o que sinto
Não me chega
Porque o instinto
Que desminto
E se nega
Fica por dizer
Mora no sofrer
Dizer o que quero
Não me basta
Porque o que sinto
Negado pelo instinto
É dor que se arrasta
Fica por querer
Pesa no meu ser

Tuesday, May 02, 2006


É o poema de quem rasga os versos
porque os sentiu demais para os dizer
e os ouve nas ondas tão dispersos
como os sonhos que teve e viu morrer

António Patrício