Tuesday, June 28, 2005

A História Secreta do Sexo e do Amor



Assisti ontem a parte de um programa muito interessante, com a assinatura do Discovery, que versava sobre “A História Secreta do Sexo e do Amor” (“The Hidden History of Sex and Love”), e a forma como estes vêm sendo encarados ao longo dos tempos.

No início, a sexualidade era vista como uma coisa natural, necessária e indispensável à disseminação da espécie, logo encorajada. Os próprios Deuses não eram alheios a estas questões, muito pelo contrário, também tinham os seus amores e parceiros. O comum dos mortais, seguia obviamente o exemplo divino, sem que existisse grandes “desigualdades” entre eles. E em algumas culturas, como a grega, por exemplo, tão pouco era desconsiderada a sua prática entre pessoas do mesmo sexo.

Permanecem ainda alguns vestígios, espalhados pelo mundo, desta concepção: os símbolos fálicos que abundam pelas ruas da antiga cidade de Pompeia, e que hoje certamente fariam ruborizar uma sociedade mais "civilizada"; as ruínas da famigerada cidade de Coríntia, onde segundo várias fontes habitariam mais de 1000 prostitutas que faziam as delícias a quem lá passava. Na altura, o termo "homem de negócios" em Coríntia, significava basicamente, "chulo" :)

A alteração destes padrões de comportamento não aconteceu de um dia para o outro, mas um momento decisivo foi certamente o Cristianismo, e a intervenção do apóstolo São Paulo. Pela primeira vez, percebi o motivo de tanta carta escrita aos Coríntios! São Paulo não via com bons olhos a forma "desregrada" como as meninas de Coríntia encaravam a sua sexualidade, sendo a partir de um dado momento Coríntia sinónimo de Pecado, e o seu majestoso templo de Afrodite arrasado. Faço minhas as palavras do historiador e apresentador deste documentário, Terry Jones, quando a certa altura suspira um sarcástico « Obrigado(a) São Paulo!»

O sexo passou então a ser algo mau, um corpo nu deixou de ser considerado uma coisa natural, e passou a ser alvo de vergonha. Reza a história que tudo isto por causa de uma certa Eva e de um certo Adão que andavam como "Deus os pôs no mundo" muito contentes lá pelo paraíso, e que depois se “portaram mal”. O Castigo? A consciência de que o seu corpo desnudo era algo de impuro e sujo, e que deveria ser escondido. E não só, a ideia de que a mulher era a fonte do mal, um ser inferior a ser “refreado”.

É tudo uma questão de ponto de vista!

Too make a long story short: o sexo que antes era um factor de união entre os Deuses e os humanos, tornou-se, quase generalizadamente, um factor de divisão entre os mesmos.

Actualmente, o sexo continua uma coisa meio proibida, como convém. Sim, pois o fruto proibido é o mais apetecido, e alento de uma mega indústria sexual que se alimenta à custa da (in)satisfação dos seus clientes.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home