Longe vai o dia em que escrevias como quem respira.
Falta-te a juventude. A ansiedade fresca daquele tempo.
O sofrer-se até à última lágrima.
A angústia que se engasga.
Que se mostra. Que grita.
Mas porque falas saudosa desse tempo?
Na altura pedias com toda a veemência que parasse.
Não! Basta! Chega!
Agora lamentas a falta de vitalidade. A ausência da consciência que te fazia sentir viva. Em ferida.
E no que te tornaste? Endurecida, empedernida, incapaz, paralisada…
Já se esgotou em ti o último sopro. Aquele que mudava o mundo.
Fecharam-te, fechaste-te, não queres mais.
Agora já te lembras? Percebes porque não te descobres com a mesma facilidade?
É o reflexo (in)voluntário da tua alma …
A passagem de uma vida em chamas, para uma existência no gelo.
O tormento permanece.
Só isso não mudou em ti.
1 Comments:
"Não tenho um caminho novo. O que eu tenho de novo é um jeito de caminhar"
(Thiago de Melo)
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